Ser mãe...

Ser mãe
(Coelho Neto)

Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.

Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!

Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!

Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!

Lembranças de nossa mãe...de seu carinho, de sua atenção e cuidado conosco, seus filhos...

Lembro-me, com respeito e admiração, da dedicação de minha mãe e sua preocupação com nossa família... Especialmente por ter ficado viúva com dois filhos menores e o terceiro no último mês de gravidez...A sua luta para nosso sustento, a firmeza de sua educação voltada a padrões rígidos, que manteve mesmo sem a presença de nosso pai...Hoje, o resultado de seus princípios é sentido até mesmo em minhas netas que, de alguma forma, receberam seus valores familiares transmitidos através das nossas gerações... e esse é o nosso maior legado...

Quantas vezes nós, mães, precisamos encontrar forças dentro de nosso peito e entender os desejos de nossos filhos, mesmo que sejam diferentes dos nossos, respeitando-os, mas sempre os orientando quantas vezes forem necessárias...

Quem é mãe sabe, sente e conhece que, a partir daquele momento especial do nascimento, seu filho, que é parte de você, estará sujeito ao mundo que nos cerca...cheio de problemas, violência, desacertos e desatinos...e que nós, mães, a partir dali estaremos eternamente preocupadas querendo protegê-los ou pelo menos amenizando seus problemas, as vezes até esquecendo de ensiná-los a compreender esse mundo e a saber lidar com tudo isso.

Será que não podemos aprender a sofrer menos e encarar a maternidade como uma benção??

Ser mãe só é padecer no paraíso se, quando observarmos nossos filhos já adultos, vermos que nossos esforços foram em vão...

Esse padecer no paraíso acontecerá se ela perceber que seus valores não foram realmente, e intrinsecamente, incutidos na formação e nas atitudes de seus filhos.

Mas não será um padecer no paraíso se pudermos compreender nossos filhos, manter sempre um diálogo e eles saberem, e constatarem, que estaremos sempre presentes para socorrê-lo e ampará-lo nas alegrias, nas tristezas... e que eles saibam que podem contar com nossa amizade...

Que eles saibam que, mesmo se não estivermos fisicamente mais aqui, a nossa lembrança permanecerá e ao sermos chamadas, iremos atende-los...estaremos ali, junto deles, tal qual nos primeiros embalos de seu berço, da primeira mamada, do aconchego de nosso colo...das noites em claro, dos abraços e beijos de carinho, do primeiro dia na escola, nas festas de aniversário, na adolescência rebelde e complicada, do nascimento do primeiro neto, enfim nos melhores momentos de nossas vidas...

No dia das mães, alguns filhos ausentes tentarão compensar com presentes e nós o aceitaremos......outros reconhecerão nosso valor, mesmo com dificuldades para se expressar...e nós o aceitaremos...outros nem comparecerão, mas sempre o lembraremos...

Aos filhos, nesse dia das mães, com presentes ou sem, pensem nela com carinho, ao menos alguns segundos e já será o suficiente...ou melhor ainda, estejam presentes junto dela, em todos os dias do ano e não apenas em uma data especial...

Às mães, pensem que ser mãe não é um padecer no paraíso...mas apenas, um privilegio especial: gerar uma nova vida, ser instrumento de Deus para dar continuidade a espécie...sejamos coerentes e acreditemos que, apesar de tudo, sempre estaremos fazendo o melhor para eles, nossos filhos.

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